(NASCIMENTO, 2000), Oeste Ristori (ROMANI, 2002), Neno Vasco (SAMIS, 2018), José
Oiticica (LAURIS JUNIOR, 2009), João Penteado (PERES, 2012; SILVA, 2022) e Joan Puig
Elías (GIACOMONI, 2016). Nesse caminho, surge em cena o nome de Adelino Tavares de
Pinho, anarquista e diretor da Escola Moderna N° 2 de São Paulo, também objeto de
investigação biográfica (AHAGON, 2015), e autor de textos pedagógicos reunidos em uma
antologia da Biblioteca Terra Livre (PINHO, 2012), precedida apresentação (SILVA;
AHAGON, 2012).
Outras abordagens levaram à compreensão da prática do autodidatismo para os
anarquistas (VALVERDE, 1996) e pesquisadores passaram a investigar as práticas de educação
não formal como parte da estratégia educacional anarquista. Percebeu-se que os centros de
estudos e as bibliotecas eram empreendimentos de baixo custo, pois requeriam apenas uma sala,
alguns móveis, uma pequena biblioteca e a vontade de um grupo de militantes, tornando-a de
fácil concretização e de grande difusão nos meios libertários no Brasil. Um desses espaço, por
exemplo, é o Centro de Cultura Social de São Paulo (CCS-SP), entidade fundada em 1933 por
anarquistas remanescentes das lutas operárias do início do século XX, e que são instrumentos
importantes de educação popular (GERALDO; 1998; PARRA, 2017).
No que diz respeito à educação de jovens e adultos, Milton Lopes (2006), membro do
Núcleo de Pesquisa Marques da Costa, recontou a história da Universidade Popular de Ensino
Livre, fundada na cidade do Rio de Janeiro em 1904. Seu artigo traça uma pequena biografia
de cada participante do empreendimento, bem como orientação teórica e posicionamento dentro
do movimento anarquista da época. Apresenta militantes, intelectuais, cientistas e
simpatizantes, separando-os de acordo com seu grau de envolvimento no projeto, ofertando um
texto analítico e fluído, sem perder a riqueza das complexas relações humanas e políticas. O
que salta aos olhos é como a proposta educacional da Universidade envolveu tanto militantes
anarquistas conhecidos e ativos na cidade do Rio de Janeiro, como personalidades que na época
ou depois, se tornaram conhecidos nacionalmente como Rocha Pombo (1857-1933), Elysio de
Carvalho (1880-1925), Curvelo de Mendonça (1870-1914), entre outros.
Uma iniciativa formal de educação, como uma escola, por outro lado, necessita de
maiores aportes financeiros e trabalho coletivo para sua consecução e muitas delas surgiram,
mesmo fora do eixo das grandes capitais do sul e sudeste do país, considerados polos
econômicos e aglutinadores do movimento operário. A historiografia sobre as escolas
anarquistas e as práticas não-formais de educação, bem como as propostas de periodização de
tais fenômenos podem ser relativizadas e enriquecidas quando confrontadas com realidades
regionais, que, muitas vezes, diferem das experiências ocorridas em São Paulo ou Rio de