Abstract
Esta pesquisa buscou entender quais são os impactos da mudança da política externa chinesa, de baixo perfil para uma diplomacia mais ativa internacionalmente, na relação sino-brasileira e os novos desafios e oportunidades desta mudança para o Brasil, que neste momento, durante o governo Lula III, busca retomar sua política externa altiva e ativa. A hipótese deste artigo é que o maior interesse chinês de construir um sistema internacional mais multipolar e menos dependente da ordem global ocidental tem potencial de colaborar com o projeto de inserção internacional do governo Lula. O Brasil e a China, mesmo estando localizados em regiões geograficamente distantes e tendo, no passado, visões e objetivos diferentes em termos sociais e políticos, ambos apresentam, na atualidade, numerosas similaridades e potencialidades que os aproximaram nesses 50 anos de relações diplomáticas e que tem como ênfase os interesses econômicos e estratégicos em comum. Ambos os países, nos últimos anos, têm demonstrado insatisfação com os atuais arranjos financeiros mundiais e como economias emergentes têm buscado uma participação, não apenas quantitativa, mas qualitativa, dentro do cenário internacional, atualmente em reconstrução. A metodologia utilizada envolveu uma análise bibliográfica e exploratória. As conclusões apontam para a possibilidade de uma maior autonomia internacional do Brasil diante dos Estados Unidos, com base na ativa participação da China na estruturação de um sistema internacional mais multipolar.

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