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Além das fronteiras: mensurando os investimentos diretos norte-americanos e chineses no brasil (2010-2021)
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Palavras-chave

China
Fusões e aquisições
Greenfield
Estados unidos
Investimento externo direto

Como Citar

CORRÊA, Gabriela Tamiris Rosa. Além das fronteiras: mensurando os investimentos diretos norte-americanos e chineses no brasil (2010-2021). Seminário Pesquisar China Contemporânea, Campinas, SP, n. 8, p. e024002, 2024. Disponível em: https://econtents.sbu.unicamp.br/eventos/index.php/chinabrasil/article/view/11836. Acesso em: 6 nov. 2025.

Resumo

Considerando que EUA e China são líderes econômicos globais e que o Brasil é um dos principais destinos de investimento estrangeiro direto (IED) do mundo, o objetivo deste estudo é comparar os investimentos norte-americanos e chineses na economia brasileira entre 2010 e 2021. Especificamente, são analisados os volumes (valores e número de projetos) e as estratégias de investimentos desses países no Brasil, incluindo: (1) modalidades (greenfield, fusões e aquisições, joint-ventures), (2) setores-alvo, e (3) regiões prioritárias. A metodologia é qualitativa, comparativa e exploratória, baseada na análise de literatura e dados de fontes como: Banco Central do Brasil (BACEN), UNCTAD, APEX-BRASIL, Bureau of Economic Analysis e Conselho Empresarial Brasil-China.
Para analisar a entrada de IED, o Banco Central do Brasil (BACEN) utiliza o conceito de Investimento Direto no País (IDP), que inclui: (1) participação no capital e (2) operações intercompanhia. A participação no capital abrange aquisições, subscrições ou aumentos de capital social de empresas residentes por investidores estrangeiros, incluindo fusões, aquisições, construção de novas instalações e reinvestimento de lucros. As operações intercompanhia são empréstimos de empresas não residentes a empresas residentes do mesmo grupo econômico. Os dados do BACEN são coletados pelo Censo de Capitais Estrangeiros, uma declaração obrigatória para empresas e fundos de investimento com investidores não residentes. O IDP é apresentado de forma líquida, considerando entradas e saídas de recursos estrangeiros. Os dados sobre a posição (estoque) de IDP mostram uma prevalência de investimentos norte-americanos sobre os chineses no Brasil entre 2010 e 2021. A participação dos EUA nesse estoque aumentou de 18,68% em 2010 para 28,94% em 2021, enquanto a da China subiu de 1,34% para 4,53% no mesmo período. Em 2021, a China ficou em quinto lugar na posição de investimento direto no Brasil, atrás dos EUA, Espanha, França e Reino Unido. Em 2010, o IED chinês no Brasil estava concentrado em eletricidade e gás (30,93%) e construção (14,27%), enquanto o dos EUA se destacava na indústria de transformação (35,65%). Em 2021, os investimentos chineses se concentraram na indústria extrativa (42,20%), especialmente petróleo, e no setor de eletricidade e gás (41,39%). Já os investimentos norte-americanos se direcionaram para atividades financeiras, seguros e serviços relacionados (34,40%) e indústria de transformação (25,51%). Entre 2007 e 2017, os EUA anunciaram significativamente mais projetos greenfield no Brasil em comparação com a China. Entre 2003 e 2015, mais de 80% dos projetos dos EUA foram greenfield, enquanto a China teve 48% de seus projetos nessa modalidade entre 2007 e 2020. Em termos de valores, 70% do IED chinês no Brasil nesse período foi em fusões e aquisições. Importante ressaltar, entretanto, que os EUA lideram nesse tipo de investimento no Brasil. Quanto às regiões-alvo, ambos os países concentraram seus investimentos na região sudeste, especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro.

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