Banner Portal
Revive the northeast e a busca pelo renascimento da manchúria
PDF

Palavras-chave

Manchúria
Renascimento
Economia contemporânea

Como Citar

MASCARENHAS, Ana Carolina da Silva. Revive the northeast e a busca pelo renascimento da manchúria. Seminário Pesquisar China Contemporânea, Campinas, SP, n. 8, p. e024011, 2024. Disponível em: https://econtents.sbu.unicamp.br/eventos/index.php/chinabrasil/article/view/11846. Acesso em: 8 nov. 2025.

Resumo

Durante o período que ficou conhecido como “Século de Humilhações”, a região da Manchúria, no nordeste da China, foi ocupada pelo Japão e sua economia sofreu forte influência da presença japonesa. Neste processo, a Manchúria foi incorporada à esfera de influência japonesa, que fez da economia da Manchúria um apêndice da sua. Neste sentido, houve um grande foco na indústria pesada, uma forte presença de empresas estatais e privadas - cujos projetos estavam alinhados aos objetivos do governo japonês e pouca margem para atores internos e outros agentes externos. A expulsão dos japoneses da região pelos soviéticos e sua devolução à China após a ascensão do Partido Comunista, as estruturas produtivas deixadas pelos japoneses foram incorporadas pelos chineses (sendo primeiro administradas pelos nacionalistas e, depois, assumidas pelos comunistas) e, então, transformadas em SOEs (State Oriented Enterprises). Inspirados no modelo soviético e buscando se resguardar de ameaças externas, o regime comunista focou no desenvolvimento das indústrias pesadas. Na primeira década de existência da República Popular da China, a Manchúria se destacou como a região com a maior número de SOEs, concentrando 30% de toda a produção industrial dentre as empresas da mesma categoria. Em 1952, produzia 41% da energia na China, 33% do carvão utilizado e 70% de todo o aço gerado. Esse volume de produção favoreceu a aproximação com o mundo não comunista, especialmente após o rompimento com a URSS. Após esses primeiros anos de isolamento, quando passou a se sentir menos ameaçada, a China passou a intensificar os fluxos de comércio com países europeus, Canadá, Austrália e, principalmente, Japão - um dos principais consumidores do carvão chinês.
Porém, as políticas de abertura econômica colocadas em curso a partir dos anos 1978 acabaram por beneficiar extensivamente as províncias costeiras em detrimento das áreas mais para o interior, principalmente em função do largo fluxo de investimentos diretos estrangeiros na região. A partir dos anos 1990, as disparidades regionais começaram a ficar cada vez mais marcantes, relegando o nordeste da China a uma posição cada vez menor no contexto geral da economia chinesa. As economias de Liaoning e Heilongjiang caíram de segundo e sétimo lugares no ranking nacional em 1978, para a quinta e décima quarta posições em 2003. Puxado principalmente por iniciativas provinciais e iniciativas locais, o projeto Revive the Northeast se tornou uma prioridade nacional especialmente após receber a chancela de Hu Jintao e Wen Jiaobao. Suas prioridades eram reorganizar a estrutura industrial do setor estatal, sem descuidar do sistema de bem estar social e aumentar a atratividade do capital estrangeiro. O foco desta análise é identificar os efeitos destes movimentos de integração e isolamento chinês na economia-mundo capitalista e se a iniciativa Revive the Northeast foi bem sucedida no seu propósito de fazer renascer uma das regiões mais relevantes na história econômica da China.

PDF
Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2025 Seminário Pesquisar China Contemporânea