Resumo
Conforme Aglietta (1986), nunca houve uma moeda de uso internacional, ou seja, uma moeda emitida e gerenciada por uma instituição supranacional, com o objetivo de ser usada por todos os países do sistema. Com isso, os intercâmbios (comerciais, financeiros etc.) entre os países estão relacionados ao uso de diferentes moedas nacionais e a posição de diferentes bancos centrais no Sistema Monetário e Financeiro Internacional (SMFI). Ao final, como haveria uma clara incompatibilidade se todos os países exigissem o uso de sua própria moeda nestes intercâmbios, erige-se uma estrutura hierarquizada no SMFI, onde, cada moeda/entidade financeira desempenha um papel e nível de poder diferente no âmbito mundial (De Conti, Prates e Plihon, 2013). A partir Bretton Woods, em 1944, quem compõe o centro da hierarquia do SMFI é o Estados Unidos, entretanto, desde a Crise de 2008, e mais recentemente após a vinda da guerra russo-ucraniana, um movimento contra hegemônico vem surgindo a fim de mudar tal hierarquia, isso pois, ela traz malefícios para os países que menos se sobressaem. Em geral, tais países são compostos pelos membros do chamado Sul Global, onde seus principais representantes na atualidade é a China e os demais integrantes do BRICS+. Diante desse contexto, a presente pesquisa trabalha com a hipótese de que está ocorrendo um movimento de nascimento de um SMFI multipolar, marcado por uma maior relevância dos países do Sul Global e uma menor dependência ao dólar estadunidense e as instituições financeiras norte-americanas (FED, FMI e World Bank). Por isso, o objetivo aqui é analisar as atuais estatísticas que moldam o SMFI, a fim de situar qual a posição da China e do BRICS+ no atual cenário. Além disso, há também o objetivo de apresentar as estratégias desses países para o rompimento com a atual ordem hegemônica, além de comentar possíveis caminhos e perspectivas para tal.

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