Apresentação: 8º Seminário Pesquisar China Contemporânea

Resumo

Temos o prazer de, mais uma vez, publicar os anais do Seminário Pesquisar China Contemporânea, que em 2024 chegou à sua 8ª edição, realizada entre os dias 02 e 04 de outubro no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da UNICAMP. O evento consolidou-se como um espaço plural e interdisciplinar para o debate sobre a China contemporânea, reunindo pesquisadores de diversas áreas e instituições nacionais e internacionais. Nesta edição, nosso seminário contou com três conferências principais que abordaram dimensões estratégicas do papel da China no cenário global. No primeiro dia, Talita de Mello Pinotti, apresentou uma análise detalhada sobre o crescente papel da China nas negociações climáticas da ONU, discutindo o conceito de “civilização ecológica” e a atuação chinesa em agências multilaterais ambientais. No segundo dia, Yasmin Lenz Piccoli Castelli examinou as potencialidades e desafios da cooperação Brasil-China em alta tecnologia, a partir de um estudo de caso sobre o Programa CBERS. Por fim, no nosso último dia, Vítor Eduardo Alessandri Ribeiro refletiu sobre a governança comunitária na China, discutindo os conceitos e transformações das estruturas locais de gestão social. Além disso, promovemos cinco mesas temáticas que discutiam, entre outros assuntos: as dinâmicas do Sul Global, as transformações energéticas e o papel chinês na vanguarda da sustentabilidade, e como esse importante player opera em suas diversas facetas como capital e trabalho, modernidade e tradição, diplomacia e governança.  A Mesa 01 - Dinâmicas locais e internacionais, reuniu pesquisas sobre investimentos, comércio e desenvolvimento no contexto do Sul Global, com destaque para análises sobre a COSBAN, investimentos chineses e norte-americanos no Brasil e o papel da China na construção de um novo paradigma de cooperação regional. A Mesa 02 - A China na Vanguarda da Sustentabilidade tratou das transformações energéticas e parcerias globais, reunindo pesquisas sobre transição energética, pobreza energética, aviação sustentável e soluções baseadas na natureza. Na Terceira Mesa, o eixo de tradição e modernidade foi explorado a partir de diferentes abordagens – do urbanismo de Macau às traduções literárias de Eileen Chang, passando pela filosofia do gongfu e pela revitalização da Manchúria. Já a Mesa 04- Transformações Econômicas e Sociais na China Contemporânea, tratou das relações entre capital e trabalho, discutindo temas como o sistema financeiro chinês, o papel do Renminbi na Belt and Road Initiative e as transformações recentes nas relações trabalhistas. A Mesa 05 - China em Foco encerrou os debates com reflexões sobre diplomacia, poder e governança, tratando da competição tecnológica com os EUA, o papel estratégico de Xinjiang, os BRICS na ONU e a experiência italiana na BRI. Como inovação desta edição, inauguramos a modalidade de Grupos de Trabalho (GTs), com inúmeros jovens pesquisadores podendo compartilhar e debater seus achados envolvendo as temáticas de economia, política, cultura e sociedade chinesa. O GT 01 discutiu o papel da China na economia global, abordando temas como o sistema CIPS, a disputa pela hegemonia monetária e os impactos do comércio internacional. O GT 02 propôs uma introdução à economia política chinesa, abordando fundamentos históricos e institucionais. O GT 03 analisou as estratégias chinesas no tabuleiro internacional, com destaque para as tensões geopolíticas, iniciativas multilaterais e os impactos da guerra tecnológica. O GT 04 refletiu sobre estado, cultura e sociedade, discutindo temas como a governança digital, o soft power e os debates culturais no campo da educação, literatura e filosofia. Por fim, o GT 05, voltado para a Iniciação Científica, revelou o interesse crescente de estudantes de graduação por temas relacionados à China, abordando desde tecnologia e economia até relações internacionais. Agradecemos a participação ativa de todos os pesquisadores, docentes, estudantes e convidados que contribuíram para o alto nível dos debates e para a construção de um espaço cada vez mais plural e qualificado de análise sobre a China contemporânea. Os trabalhos aqui reunidos demonstram a vitalidade e a diversidade das pesquisas em curso no Brasil, além de reforçarem a importância do diálogo interdisciplinar e internacional. Que estes anais sirvam como registro e inspiração para novos encontros, trocas e investigações. Nos encontramos na próxima edição do Seminário Pesquisar China Contemporânea.