A diplomacia econômica chinesa no Brasil e Argentina no século XXI: casos de simples aproximação comercial ou estabelecimento de dependência?

Resumo

O presente trabalho discute a ascensão chinesa e sua aproximação com a América Latina e Caribe (ALC) após a transição do sistema internacional (SI) bipolar da Guerra Fria para um SI multipolar no início do século XXI, marcado pelo declínio da influência dos Estados Unidos e da União Soviética. Este novo cenário viu o surgimento de uma maior cooperação e integração regional entre os países do Sul Global, especialmente impulsionada pelo protagonismo dos países emergentes, incluindo a República Popular da China (RPC). A relação da RPC com a ALC cresceu desde a entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) no início dos anos 2000, se tornando um importante parceiro comercial para vários países da ALC, desbancando os EUA em termos de comércio. Por sua vez, Brasil e Argentina tornaram-se grandes alvos de investimentos chineses nas últimas décadas, além de grandes parceiros comerciais da RPC nas exportações de commodities, criando uma relação assimétrica. Tais investimentos possuem grande enfoque em áreas vitais, tais como energia e exportações de matéria-prima. Dessa forma, esta pesquisa possui o seguinte questionamento: “Qual a estratégia e natureza da diplomacia econômica da China no Brasil e na Argentina no século XXI?”. Para responder tal pergunta, é proposta a adoção de um método qualitativo, em que haverá uma revisão de literatura sobre o assunto posto e análise de dados coletados. Assim, busca-se a contribuição para debates sobre dependência e imperialismo na América Latina.