Resumo
Suposta ideia-chave para entender a transição para o terceiro milênio (WATERS, 2001), a globalização é delineada por Erik Swyngedouw (2004), como uma transformação discursiva da década de 1980 — que naturaliza o neoliberalismo, enquanto ofusca suas disputas socio-espaciais. Movimento esse que compõe um amplo projeto de expansão e contração espacial capitalista, anterior a 1492 inclusive. Tal abordagem dialoga com as contribuições braudelianas (1987), que assumem uma divisão tripartite da compreensão temporal — diferenciada entre acontecimentos, conjunturas e estruturas (RIBEIRO; DINIZ, 2017). Sendo a análise da globalização demandante destas complexificações (VIEIRA, 2007). Leva-se em conta um declínio no gap entre pólos econômicos (ARRIGHI, 2003), enquanto atores emergentes passaram a impulsionar novas instituições e dinâmicas distintas daquelas desenhadas pelo Ocidente (MERINO, 2022). Em paralelo, propõe-se a emergência de uma outra globalização, com características chinesas (WANG; MIAO, 2019; WANG, 2022). O crescimento e o desenvolvimento da China enquanto mais nova potência econômica reestrutura, de maneira inequívoca, a Geografia Econômica Global (VADELL, 2019; 2020). Nesse sentido, a presente pesquisa almeja identificar continuidades e rupturas que caracterizam a estrutura de longa duração da economia-mundo capitalista e conferir o papel chinês na dinâmica da globalização contemporânea.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Seminário Pesquisar China Contemporânea