Resumo
O presente artigo visa dar continuidade ao trabalho de mapeamento dos financiamentos e investimentos chineses no setor energético do continente africano, dando atenção especial para projetos realizados entre 2015 e 2023. O objetivo do trabalho é verificar se esses investimentos estão de acordo com os objetivos e propostas africanas e chinesas proferidas nos debates nas arenas internacionais, especialmente os divulgados pela União Africana e pelo Fórum de Cooperação China-África - FOCAC. A metodologia do trabalho é qualitativa e busca analisar quais as metas e objetivos chineses em seus discursos e, em seguida, verificar quais setores estão realmente recebendo os investimentos e financiamentos. Para essa análise, se utiliza as bases de dados: China Global Investment Tracker (AEI), Organização Internacional de Energia (IEA), International Renewable Energy Agency (IRENA), United Nations Trade and Development (UNCTAD) e Tracking SDG 7. Conclui-se que, apesar do discurso oficial, a China apresenta uma atuação bastante diversificada no continente africano, investindo predominantemente em projetos de combustíveis fósseis. O país tem realizado diversos investimentos na construção de infraestruturas de hidrelétricas e na construção/reestruturação de ferrovias que visem tanto expandir o acesso da população à energia e ao transporte, como descarbonizar a matriz africana. Também há iniciativas pontuais de construção de parques eólicos e parques solares, que são menos frequentes quando comparados aos investimentos em combustíveis fósseis.

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