Resumo
Introdução: A Dengue representa um dos principais problemas de saúde pública no Brasil e no mundo. A cidade de Campinas, em 2024, registrou mais de 119 mil casos confirmados e 71 óbitos, correspondendo a sua pior epidemia. As manifestações clínicas são variáveis, com quadro febril e de evolução benigna na forma clássica, porém de amplo espectro clínico na forma grave. Os achados laboratoriais no hemograma são importantes para a caracterização fisiopatológica da gravidade, especialmente, através de valores crescentes do hematócrito e diminuição das plaquetas. Objetivo: Caracterizar o perfil dos hemogramas de casos positivos para Dengue atendidos no CECOM e enviados para o Laboratório de Hematologia/LPC/HC/UNICAMP. Metodologia: Foram avaliados, no período de 12/01/2024 a 26/02/2024, os resultados de 59 hemogramas de casos com diagnóstico de Dengue. O analisador automatizado utilizado foi o Sysmex XN-9000 e os esfregaços foram avaliados pelos microscopistas do laboratório. As análises estatísticas utilizadas foram descritiva e correlação de Pearson. Resultados: Das amostras analisadas, 39% (23) eram do sexo feminino e 61% (36) do sexo masculino. As alterações observadas no hemograma foram: plaquetopenia em 6 casos (10,2%), atipia linfocitária em 17 casos (28,8%) e leucopenia em 22 casos (37,3%). As plaquetas apresentaram uma correlação moderada negativa (r= -0.5008) com linfócitos reativos, porém, não houve correlação com os leucócitos. Conclusão: O perfil dos resultados obtidos no hemograma em pacientes positivos para Dengue está de acordo com o padrão de pacientes ambulatoriais, em que as principais alterações hematológicas observadas foram a leucopenia, plaquetopenia e presença de linfócitos reativos.
Referências
Alterações hematológicas na dengue grave – uma revisão sistemática. RBAC (2022). DOI: 10.21877/2448-3877.202102116

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