PICC no transplante de células tronco-hemaropoiéticas: experiência que mudou a prática

Resumo

Introdução: Os pacientes submetidos ao transplante de células tronco-hematopoiéticas (TCTH) recebem ampla terapia intravenosa, com altas doses de quimioterapia, antibióticos, antifúngicos, analgésicos, nutrição parenteral, transfusão frequente de hemocomponente e coletas de sangue. E nesse contexto, o uso do cateter venoso central de inserção periférica (PICC) é inovador. Objetivo: Descrever a experiência com o uso do PICC para a infusão de células tronco-hematopoiéticas em pacientes submetidos ao TCTH. Metodologia: Relato de experiência de um serviço de transplante de medula óssea em um hospital de ensino em São Paulo, Brasil. Os dados foram coletados do banco de dados do Grupo de Gerenciamento de Cateteres Venosos da instituição e apresentados em estimativas absolutas e relativas. Resultados: De novembro de 2020 e maio de 2023, foram realizados 121 TCTH, totalizando 258 bolsas de células-tronco, com 57,1% autólogos, 32,2% alogênicos e 10,7% haploidênticos. Desses, 56,2% foram realizados através do PICC 5 e 6 Fr dúplo-lúmen. A escolha do PICC foi baseada na avaliação das veias periféricas por ultrassom, com taxa de ocupação do vaso de até 45%, e a veia basílica do membro superior direito foi predominante a uso da veia basílica no membro superior direito. O volume médio das bolsas foi de 196,8 ml, e o tempo médio de infusão variou de 28,0 minutos na primeira bolsa a 24,9 minutos na quarta, sem registro de eventos adversos.Conclusão: O PICC de 5 e 6 Fr duplo lúmen mostrou ser seguro na infusão das células tronco-hematopoiéticas, viabilizando a indicação do PICC na prática clínica do TCTH.