Resumo
Introdução/Objetivo: A Terapia Nutrição Enteral (TNE) está indicada em pacientes impossibilitados de receber alimentação por via oral e que apresentam trato gastrointestinal funcionante. A NE consiste na administração de soluções nutricionalmente completas, com fórmulas quimicamente definidas, por infusão direta no estômago ou no intestino delgado, por meio de sondas. Seu uso está associado à redução de complicações infecciosas, tempo de hospitalização e custos, melhorando resultados clínicos. A ANVISA dispõe na RDC 503 de 2021, os requisitos mínimos para a TNE. A alta complexidade dos procedimentos exigem um planejamento que garanta segurança e qualidade para os pacientes. Desta forma conhecer a variação do número de pacientes que utilizam TNE e a variação das fórmulas prescritas são fundamentais. Metodologia: As fórmulas para NE padronizadas pela Divisão de Nutrição e Dietética (DND) do HC UNICAMP são embasadas na RDC 21 de 2015 que estabelece a classificação, a designação e os requisitos de composição, qualidade, segurança e rotulagem das fórmulas de NE disponíveis no mercado. Diariamente são computadas através do Mapa de Preparo da NE o número total de pacientes internados em uso de Terapia Nutricional Enteral e o volume diário prescrito para cada fórmula enteral: NE Padrão sem fibras, NE Padrão com fibras, NE Hiperproteica, NE Hipercalórica, NE Oligomérica, NE Nefropata tratamento conservador, NE Encefalopata, NE Pediátrica e NE Oligomérica Pediátrica. Através do DASHBORD é possível acompanhar a variação diária do número de pacientes em TNE e do volume das fórmulas prescritas. Resultados: A prescrição da TNE é um processo complexo que implica conhecimento nutricional e clínico. No entanto, tão importante quanto prescrever a terapia é planejar sua aquisição e os processos que a envolvem. No setor de TNE do HC UNICAMP utiliza fórmula industrializada, líquida em sistema aberto. Durante os 8 meses de 2022, foram prescritos 19.011,615 litros de NE, aproximadamente 75 pacientes por dia se alimentam através de sonda em nosso hospital, sendo 88% pacientes adultos e 12% crianças. Uma média de 78 litros de dieta e 150 litros de água são envasados e fracionados diariamente em 519 frascos de dieta para NE. Das 9 fórmulas para NE disponíveis no HC UNICAMP, 31% são da NE Hiperproteica, 22% da NE Padrão sem fibras, 14% da NE Hipercalórica, 13% da NE Oligomérica, 9% da NE Padrão com fibras, 8% da NE Pediátrica, 2% da NE Nefropata e 1% da NE Encefalo e NE Oligomérica Pediátrica. Além da fórmula para NE, uma média diária de 753 gramas de módulo proteico e 7 gramas de módulo de fibra solúvel são utilizados diariamente para completar as necessidades nutricionais dos pacientes. Com os dados obtidos, realizou-se uma revisão das cotas mensais das NE, com alteração de 8 delas, para que o planejamento dos insumos fossem mais de acordo com o consumo. Conclusão: A NE é fundamental para prevenir e tratar as deficiências de macronutrientes e melhorar a recuperação do paciente, fornecendo a quantidade de nutrientes compatíveis com a condição metabólica existente. As fórmulas de NE possuem diferentes características de composição nutricional, dentre as opções disponíveis no HC, 61% possuem alguma característica especifica, justificando a assistência de alta complexidade prestada. Estabelecer ferramentas de controle na gestão de dados da NE é essencial para garantir o planejamento adequado de insumos de acordo com o perfil nutricional característico.
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada -RCD N° 21, de 13 de maio de 2015. Dispõe sobre o regulamento técnico de fórmulas para nutrição enteral. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC nº 503 ANVISA de 27.05.21 (DOU de 31/05/2021 Seção I Pág. 113) dispõe sobre os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral.
WAITZBERG, D.L. Nutrição oral, enteral e parenteral na pratica clinica. São Paulo: Ed Atheneu,2009. Cardoso MGC, Prates SMS, Anastácio LR. Formulas para nutrição enteral padrão e modificada disponíveis no BRASIL: Levantamento e classificação. BRASPEN J 2018; 33 (4): 402-17

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2022 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0