Resumo
O presente artigo busca explorar os tensionamentos entre certas lógicas pré-estabelecidas que se materializam em violências diversas — aqui pensando especialmente o feminicídio —, e um movimento de oposição transcrito pela ação e pelo corpo. A performance artística, neste trabalho, se estabelece como uma ação estético-política que busca trazer à tona uma narrativa transgressora, movida pela reescrita de um discurso historicamente construído. Através das obras Monumento a las desaparecidas (2020), Detrás de la ventana (2020) e Guatemala feminicida (2021) de Regina José Galindo, propomos uma análise a partir da ideia de memória, da relação corpo-cidade e das potências de reescrita do lugar determinado e violento que se encontra a mulher latinoamericana.
Referências
BIDASECA, Karina. Escritos en los cuerpos racializados: lenguas, memoria y genealogías (pos)coloniales del feminicidio. Palma: Universitat de les Illes Balears, 2015.
COLETIVO 28 DE MAIO. O que é uma ação estético-política? (um contramanifesto). Niterói: Vazantes, v.1, n.1, 2017.
GALINDO, Regina José. Detrás de La Ventana, Monumento a las mujeres asesinadas [...]. 24 set. 2020. Instagram: @galindoreginajose. Disponível em: https://www.instagram.com/p/CFhQY1UsFD6/?img_index=1 Acesso em: 03 fev. 2024.
GALINDO, Regina José. Guatemala feminicida. Regina José Galindo, 2021. Disponível em: https://www.reginajosegalindo.com/ Acesso em: 03 fev. 2024.
GALINDO, Regina José. Monumento a las desaparecidas. Regina José Galindo, 2020. Disponível em: https://www.reginajosegalindo.com/ Acesso em: 03 fev. 2024.
GROSZ, Elizabeth. Corpos-cidades. In: MACEDO, Ana Gabriela; RAYNER, Francesca (org.). Género, cultura visual e performance: Antologia crítica. Braga: Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho, 2011.
LUGONES, María. Colonialidade e Gênero. In: HOLANDA, Heloisa, Buarque de (org.). Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. São Paulo: Bazar do tempo, 2020.
LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. Florianópolis: Estudos Feministas, v.22, n.3, set./dez. 2014.
Mais de 4 mil mulheres foram vítimas de feminicídio na América Latina e no Caribe em 2020. Nações Unidas Brasil, Brasília, 25 nov. 2021. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/160367-mais-de-4-mil-mulheres-foram-vitimas-de-feminicidio-na-america-latina-e-no-caribe-em-2020. Acesso em: 05 jan. 2024.
MIÑOSO, Yuderkys. Sobre por que é necessário um feminismo decolonial: diferenciação, dominação coconstitutiva da modernidade ocidental. São Paulo: Masp Afterall, n.8, 2020.
QUINTERO, Pablo; FIGUEIRA, Patricia; ELIZALDE, Paz C. Uma breve história dos estudos decoloniais. São Paulo: Masp Afterall, n.3, 2019.
Região da América Latina e do Caribe é a mais violenta do mundo para as mulheres. ONU Mulheres Brasil, 22 nov. 2017. Disponível em: http://www.onumulheres.org.br/noticias/regiao-da-america-latina-e-do-caribe-e-a-mais-violenta-do-mundo-para-as-mulheres-diz-onu/. Acesso em: 05 jan. 2024.
VERA, Asier. Habla la hija de Nancy Paola, guatemalteca asesinada por su novio: "Yo no quiero ir a España porque allí me matan". El Mundo, Guatemala, dez. 2022. Disponível em: https://www.elmundo.es/espana/2022/12/12/63961bc4e4d4d8296b8b45e3.html Acesso em: 03 fev. 2024.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Sarah Oliveira
