Resumo
Nas últimas décadas do século XVIII surge uma nova prática ligada ao processo de recepção de obras escultóricas que se desenvolveu em estreita relação com o aparecimento dos primeiros museus públicos na Europa, vale dizer, a prática da observação noturna de estátuas à luz de tochas (Fig.1). A partir dos anos de 1780, encontramos inúmeros relatos sobre tais visitas aos dois principais museus de antigüidades de Roma nos diários de “Grand Turistas” de passagem pela cidade1. Em 1787, por exemplo, Goethe descreveria em seu diário uma tal visita ao Museo Capitolino, realizada em companhia do amigo Heinrich Meyer2, e outros relatos equivalentes de Moritz, Herder, Archenholz, Stendahl, Madame de Staël, entre muitos outros, também podem ser encontrados3. Porém, essa prática que gozou de grande popularidade durante algumas décadas, cairia rapidamente em desuso logo após meados do século XIX, o que sugere que ela pode ter exercido uma função bastante específica nesse período, função essa ainda não devidamente investigada pela literatura dedicada ao tema.
Referências
Francis Yates, The Art of Memory, Chicago, 1984.
Jennifer Montagu, Roman Baroque Sculpture. The industry of art, New Haven and London, 1992, p.157.
Mathias Mayer and Gehard Neumann (Org.), Pygmalion Die Geschichte des Mythos in der abendländischen Kultur.
Orietta Rossi Pinelli, “Scultura antica e restauri storici”, in: Salvatore Sattis (org.), Memoria dell’antico nell’arte italiana, vol.III, Torino, 1986, especialmente pp. 221-226.
Oskar Bätschmann, “Pygmalion als Betrachter. Die Rezeption von Plastik und Malerei in der zweiten Hälfte des 18. Jahrhunderts”, in: Der Betrachter ist im Bild. Kunstwissenschaft und Rezeptionsästhetik, Berlim, 1992, pp.237-278.

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Copyright (c) 2005 Claudia Valladão de Mattos