Banner Portal
Artistas colecionadores de desenhos infantis
PDF

Palavras-chave

Desenho infantil
Coleções

Como Citar

AMIN, Raquel Carneiro; REILY, Lucia. Artistas colecionadores de desenhos infantis. Encontro de História da Arte, Campinas, SP, n. 4, p. 36–42, 2008. DOI: 10.20396/eha.4.2008.3778. Disponível em: https://econtents.sbu.unicamp.br/eventos/index.php/eha/article/view/3778. Acesso em: 10 dez. 2025.

Resumo

Várias vezes, na história da arte ocidental, ocorre uma tentativa de retorno ao princípio. Para Arnheim, isso acontece quando um alto grau de refinamento é atingido e não existe maneira de continuar seguindo pelo mesmo caminho. Por uma questão de sobrevivência, o artista sente necessidade de voltar aonde tudo começou, de romper com as tradições vigentes e reinventar o mundo das imagens. O desenho da criança sempre existiu, mas foi apenas a partir do Romantismo que começa a despertar interesse em filósofos, antropólogos, sociólogos, psicólogos e artistas. Ao final do século XIX e início do XX o desenho infantil passou a ser objeto de pesquisa, resultando em publicações nos principais centros da Europa e EUA. Como resultado, surgiram coleções de desenhos de crianças, reunidas tanto por estudiosos no assunto quanto por artistas, funcionando como um reservatório de conteúdos originais. Os artistas buscaram recuperar os seus desenhos de infância, produções de seus filhos, desenhos de filhos de amigos, de alunos aos quais
davam aula de arte e também de escolares. Um dos primeiros artistas a reunir desenhos de crianças foi Kandinsky, juntamente com Gabriele Mu!nter; Klee juntou seus próprios desenhos da infância, Miró organizou um acervo com os desenhos de seu filho. Na Rússia, Mikhail Larionov e Nataliya Goncharova também proporcionaram situações coletivas de produção artística com crianças. Dubuffet começou a organizar o seu acervo de trabalhos no período da Segunda Guerra. Já no Brasil temos Mário de Andrade, marcando historicamente o interesse de pesquisadores brasileiros pelo tema do desenho infantil. As coleções dos artistas de desenhos de crianças formam um capítulo importante sobre o movimento de busca da origem do traço, da criatividade e da inocência não contaminada pelo mundo moderno.

PDF

Referências

ARHEIM, Rudolf. Beginning with the Child. In: FINEBERG, Jonathan. (Org). When we were young: new perspectives on the art of the child. Los Angeles and Berkeley: University of California Press, 2006. p. 19-30.

COUTINHO, Rejane Galvão. A coleção de desenhos infantis do acervo Mário de Andrade. 2002. 144p. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.

FERRAZ, Maria Heloisa Corrêa de Toledo. Arte e loucura: limites do imprevisível. São Paulo: Lemos Editorial, 1998.

FINEBERG, Jonathan. The innocent eye: children’s art and the modern artist. Princeton: Princeton University Press, 1997.

FINEBERG, Jonathan. (Org). When we were young: new perspectives on the art of the child. Los Angeles and Berkeley: University of California Press, 2006.

HELLER, Reinhold. Expressionism’s ancients. In: ELIEL, Carol S.; TUCHMAN, Maurice. (Orgs). Parallel visions: modern artists and outsider art. Los Angeles County Museum of Art: Princeton University Press, 1992. p. 78-93.

KORZENIK, Diana. The changing concept of artistic giftedness. In: C. Golomb (Ed.).

The development of artiscally gifted children. Selected Case Studies. Lawrence Erlbaum Associates: Hillsdale, NJ, 1995. p. 01-29.

LEEDS, Jo Alice. The history of attitudes toward children’s art. In: Studies in art education, v. 30, n. 2, p. 93-103, 1989.

MÈREDIEU, Florence. O Desenho infantil. São Paulo: Cultrix, 1974.

POSPELOV, G. G. Larionov and children’s drawings. In: FINEBERG, Jonathan. Discovering child art: essays on childhood, primitivism and modernism. New Jersey: Princeton University Press, 1998. p. 40-54.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2008 Raquel Carneiro Amin, Lucia Reily