Resumo
Os objetos artísticos, depois de inseridos no espaço institucionalizado dos museus e exposições, assumem uma nova historicidade que se sobrepõe, ora revelando, ora obscurecendo sua existência anterior. Em 1961, um técnico do IPHAN encontrou um trono com cornija ricamente entalhada e atribuiu-a ao escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Outro técnico do IPHAN, em 1978, estendeu a autoria para o trono como um todo e para um grupo de cadeiras. Os móveis passaram a ser expostos no Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Mariana, e apenas uma das cadeiras fora doada ao Museu da Inconfidência de Ouro Preto. Em 1978, estes móveis compuseram a primeira exposição exclusivamente dedicada a Aleijadinho, como comemoração dos trinta anos do MAM do Rio de Janeiro. As mudanças, em termos de atribuição e de atenção museológica, influenciaram passo a passo o enfoque museográfico.
Referências
BARBOZA, Celina Santos. Referências Documentais. In: Ficha de Catalogação. N º de Inventário 696. Sistema de Controle do Acervo Museológico. Museu da Inconfidência – Ouro preto, Minas Gerais, 1999.
JARDIM, Márcio. Aleijadinho: Catálogo Geral da Obra. Belo Horizonte: RTKF, 2006. Pp. 89- 90.
SANTOS, Ângelo Oswaldo de Araújo. Cotidiano e contexto cultural nos passos de Aleijadinho. in Aleijadinho e seu tempo: fé, engenho e arte. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 2006. p.43.
TORRES, Maurílio. “Eis os mais recentes Aleijadinhos” In: O Diário. Belo Horizonte, 20 de novembro de 1964.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2008 Angela Brandão