Resumo
Considerando a ênfase do primeiro eixo temático no deslocamento da posição subsequente da História da Arte para o patamar de causa da produção artística, a presente comunicação visa identificar a partir da obra de Archimedes Memória a trajetória que o historicismo imprimiu na arquitetura brasileira num recorte que compreende as primeiras décadas do século XX até a efetiva consolidação do Movimento Moderno. Archimedes Memória, que integrou e dirigiu o maior escritório de arquitetura do Rio de Janeiro até 1935, protagonizou o debate teórico entre acadêmicos e modernos pelo domínio da cena arquitetônica desse período no Brasil. E incorporou ao longo de sua produção o caráter de transição estilística inerente ao momento pré-modernista. Como procedimento metodológico foi adotado um estudo comparativo de material iconográfico; e como instrumental teórico-conceitual foi adotada a apreensão do conceito de ecletismo como sendo a corrente historicista inspirada pela academia após o declínio do neoclassicismo. Associado a esse conceito incluímos também a vertente neocolonial que, para além das divergências ideológicas, compartilha com a postura eclética a gênesis no território acadêmico e o viés do historicismo. Pretende-se aqui, desenvolver uma abordagem que apreenda a obra de Archimedes Memória destacando o panorama de desenvolvimento e declínio da ferramenta historicista como instrumento de partido formal e composição estética na arquitetura brasileira da primeira metade do século XX.
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