Resumo
Uma das características fundamentais da fotografia parece ser sua natureza indicial, ressaltada por Phillipe Dubois em seu livro: “O Ato fotográfico”. O retrato fotográfico se estruturaria assim, pela contigu!idade entre referente e representação - sua origem como traço indicial, inseparável do sujeito, parece fundar toda uma tradição conceitual da natureza da fotografia. Assim, a fotografia, parece impossível de ser compreendida deslocada de seu sujeito fundante: daquele que emana os raios de luz em direção à superfície fotosensível. Tradicionalmente, segundo a concepção moderna de representação do sujeito, um retrato me revela a identidade daquele que é fotografado. O realismo aqui parece duplo: da mesma forma que o caráter indicial de cada retratado é singular; porque corresponde à individualidade de seus traços, a fotografia se estruturaria como identidade fixada sobre uma superfície bidimensional. Pretendemos neste texto discutir deslocamentos conceituais nesta concepção do retrato fotográfico. Analisaremos o trabalho de Hiroshi Sugimoto, que aponta para uma ausência do retratado. Subversão teórica dos conceitos tradicionais da natureza da fotografia.
Referências
BARTHES, R. A câmara clara. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
DUBOIS, P. O ato fotográfico e outros ensaios. Campinas: Papirus, 1993.
VELHO, G. Sociologia da Arte IV. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1969. http://www.sugimotohiroshi.com/wax.html.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2008 Angela Prada de Almeida