Abstract
Esta comunicação tratará de um símbolo nacional inequívoco, a bandeira republicana, desenhada por Décio Villares e retratada por um pintor acadêmico da primeira metade do século XX. Nosso ponto de partida será a obra A Pátria, composição em óleo sobre tela, pintada em 1919 por Pedro Bruno e exposta na mostra permanente do Museu da República, no Rio de Janeiro. Começaremos por reportar as circunstâncias sóciohistóricas que testemunharam as batalhas simbólicas travadas no início da República a respeito da adoção de uma bandeira nacional francamente positivista. O quadro A Pátria será abordado na sua dupla condição de signo icônico, vinculado à representação mimética do mundo, e de signo museológico, fadado à consagração mnemônica. Uma análise formal da obra buscará iluminar nossa pergunta maior: em que medida as representações do nacional, relatadas por alguns intérpretes do Brasil, são anunciadas ou esquecidas pelo discurso iconográfico em questão? Ou, dito de outro modo: haverá correspondências ou discordâncias entre os narradores da palavra e este narrador da imagem em particular?
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