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(Des)arquivar outras vidas: as infâmias do arquivo e os nomes do meretrício em Fortaleza na primeira metade do século XX
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Palavras-chave

Prostituição
História da sexualidade
Fortaleza

Como Citar

PINHEIRO FILHO, José Humberto Carneiro. (Des)arquivar outras vidas: as infâmias do arquivo e os nomes do meretrício em Fortaleza na primeira metade do século XX. Proa: Revista de Antropologia e Arte, Campinas, SP, v. 15, n. 00, p. e025011, 2025. DOI: 10.20396/proa.v15i00.20147. Disponível em: https://econtents.sbu.unicamp.br/inpec/index.php/proa/article/view/20147. Acesso em: 17 out. 2025.

Resumo

Este texto é uma análise histórica sobre as relações entre prostituição e (in)disciplinamento de corpos e espaços na configuração urbana da cidade de Fortaleza, capital do Ceará, entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX. Ao longo dessas décadas, emergiram discursos e práticas que fizeram do meretrício um problema do ordenamento urbano, social e moral da cidade, que também passou a ser descrita, pensada e disputada do ponto de vista da moralidade sexual. Esse foi um período em que se tentava regular e controlar as existências e os comportamentos considerados inadequados e desviantes em relação às normas e a um modelo do que seria uma sociedade civilizada e moderna. Os indivíduos e os grupos marcados e estigmatizados com as imagens e os perfis desses “desvios” eram objetos das tentativas de repressão e segregação que estavam sendo organizadas e institucionalizadas. Foi nesse contexto em que a prostituta apareceu como uma das figuras dessa galeria de párias sociais e a prostituição passava a ser falada e definida como uma ameaça e um perigo aos “bons costumes” da capital cearense.

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Referências

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