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Puta Pantheon: memorial gráfico transatlântico de putas notáveis através dos séculos
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Palavras-chave

Prostituição
América Latina
Corpo
Historiografia
Feminismo

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Como Citar

ZAMBONI, Marcio; LOPES, Natânia. Puta Pantheon: memorial gráfico transatlântico de putas notáveis através dos séculos. Proa: Revista de Antropologia e Arte, Campinas, SP, v. 15, n. 00, p. e025022, 2025. DOI: 10.20396/proa.v15i00.20317. Disponível em: https://econtents.sbu.unicamp.br/inpec/index.php/proa/article/view/20317. Acesso em: 12 dez. 2025.

Resumo

O objetivo dessa série de desenhos é celebrar a memória de mulheres poderosas e influentes que foram em seu tempo percebidas como putas por sua conduta sexual. Algumas o fizeram por vontade própria e defenderam a dignidade dessa prática, outras o fizeram coagidas sob brutal violência e fizeram o possível para se libertar de uma condição humilhante. Independente da avaliação moral que tivermos dessa dimensão de suas vidas todas deixaram uma marca indelével na história. Celebrando a puta memória de suas vidas, espero contribuir para a desestigmatização dessas mulheres e de outras que certamente as leitoras poderão acrescentar a essa galeria. Muitas vezes o estigma da mulher prostituída e a ignorância a respeito de sua experiência concreta causa mais danos do que as eventuais violações sofridas no exercício do trabalho sexual. Enquanto a historiografia machista vê a puta como uma mulher que se perdeu, essas putas mulheres provaram que uma puta pode virar muitas coisas: atriz de cinema, marquesa, rainha, intérprete, estrategista militar, vice-presidenta, filantropa, santa ou apenas puta, com muito orgulho e nenhuma hipocrisia. 

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Referências

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