Resumo
O presente estudo examina o que se convencionou como a primeira fase da obra de Manoel Santiago (1897-1987), a partir das relações entre o interesse do pintor pela teosofia e sua produção visual. Com enfoque na demarcação estabelecida por Quirino Campofiorito (1902-1993), em 1958, investigamos a ascendência da doutrina sobre os trabalhos que o artista manauense enviou para o Salão oficial ao longo da década de 1920, mapeando, igualmente, o que escapa à baliza instituída pelo crítico. Por meio das interlocuções entre um referencial teosófico compartilhado, bem como o pensamento e soluções pictóricas elaboradas pelo artista, sugerimos uma sensibilidade comum.
Referências
AQUINO, Flávio. Manoel Santiago: Vida, Obra e Crítica. Rio de Janeiro: Cabicieri Editorial, 1986.
AS NOSSAS trichromias. Illustração Brasileira, Rio de Janeiro, ano VI, n. 54, fev. 1925.
BESANT, Annie; LEADBEATER, Charles Webster. Formas de pensamento. São Paulo: Pensamento, 1969.
BLAVATSKY, H. P.., A chave da teosofia. São Paulo: Três, 1973.
BRANCATO, João Victor Rossetti. Crítica de arte e modernidade no Rio de Janeiro: intertextualidade na imprensa carioca a partir de Adalberto Mattos (1888-1966). 2018. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdade de História, UFJF, Juiz de Fora, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6899. Acesso em: 07 novembro 2024.
BRITTO, Chermont. Vida Triunfante de Manoel Santiago. Rio de Janeiro: Livraria Kosmos, 1980.
CALABRESE, Omar. Como se lê uma obra de arte. Lisboa: Cátedra, 1993.
CAMPOFORITO, Quirino. Vida Artística. Vida Doméstica, Rio de Janeiro, n. 483, Jun. 1958.
CHARUTY, Giordana. L’Europe des esprits ou la fascination de l’occulte, 1750-1950. Gradhiva, Paris, n. 17, 2013. Disponível em: https://journals.openedition.org/gradhiva/2681. Acesso em: 07 novembro 2024.
COLI, Jorge. Questões sobre a arte brasileira do século XIX. In: COLÓQUIO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA ARTE, XXII, 2002, Porto Alegre. Anais do XXII Colóquio ... Porto Alegre: PUCRS Virtual, 2002.
COSTA JUNIOR. Martinho Alves da. “Ser artista é ser profeta”: representações do artista como sacerdote. In: SEMINÁRIO DO MUSEU D. JOÃO VI, 10.; COLÓQUIO COLEÇÕES DE ARTE EM PORTUGAL E BRASIL NOS SÉCULOS XIX E XX, 6., 2020, Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro: NAU Editora, 2020.
COSTA, Renato. O movimento artístico da cidade. A Federação: Orgam do Partido Republicano, Rio Grande do Sul, ano XLII, n. 88, 14 abr. 1925.
DICKERMAN, Leah. Inventing Abstraction, 1910-1925: How a Radical Idea Changed Modern Art. New York: The Museum of Modern Art, 2012.
GALVÃO, Francisco. Eu, o ‘vernissage’ e as mulheres. O Brasil, Rio de Janeiro, ano III, n. 848, 1 set. 1924.
GOMES, Tapajós. Entre Artistas: Manoel e Haydéa Santiago. Illustração Brasileira, Rio de Janeiro, ano IX, n. 90, fev. 1928.
JINARAJADASA, C. Apresentação. In: LEADBEATER, Charles Webster. O Plano Astral. São Paulo: Pensamento, [1975].
KANDINSKY, Wassily. Do Espiritual na Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2015.
LAMPE, Angela. Hilma af Kint. In: ALIZART, Mark. Traces du sacré. Paris: Éditions de Centre Pompidou, 2008.
LEADBEATER, Charles Webster. O Homem Visível e Invisível. São Paulo: Editora Pensamento. 1995.
LEADBEATER, Charles Webster. O Plano Astral. São Paulo: Pensamento, [1975].
LINHARES, Mario. Nova orientação da Pintura Brasileira. Rio de Janeiro: [s. n.], 1926.
LOPES, Raymundo. Brasilidade e primitividade na arte. Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, ano LI, n. 258, 7 nov. 1926.
LUZ, Angela Ancora da. Manoel Santiago, mestre impressionista. Rio de Janeiro: Centro Cultural Correios, 2015.
MATTOS, Adalberto. Um lar de artistas. Illustração Brasileira, Rio de Janeiro, ano VI, n. 60, ago. 1925.
NA INTIMIDADE dos nossos artistas: Uma hora amável na residência de Manoel e d. Haydéa Santiago. O Jornal, Rio de Janeiro, ano VIII, n. 2427, 7 nov. 1926.
OLIVEIRA, Altamir de. Manoel Santiago. Rio de Janeiro: Colorama/Samurai, 1975.
RAPETTI, Rodolphe. Le Symbolisme. Paris: Fammarion, 2016.
RODRIGUES, Laíza de Oliveira. Uma Sesta Tropical, de Manoel Santiago: um “quadro curioso” no meio artístico carioca dos anos 1920. 2023. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Ciências Humanas, Universidade Federal de Juiz de Fora, 2023. Disponível em: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15750?locale=pt_BR. Acesso em: 07 novembro 2024.
SANTIAGO, Manoel. A Arte e o Artista. O Teosofista: Sociedade Teosófica no Brasil, ano XXIII, n. 2, 1934. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil.
SENNA, Terra de. Bellas Artes: O Salão oficial. D. Quixote, Rio de Janeiro, ano IX, n. 432, 19 ago. 1925.
VELLOSO, Mônica Pimenta. Modernismo no Rio de Janeiro: Turunas e Quixotes. Petrópolis: KBR, 2015.
WAGNER, Christoph. Les avant-gardes et les dispositifs de l'ésotérisme. In: PIJAUDIER-CABOT, Joëlle. L’Europe des esprits, ou la fascination de l’occulte, 1750-1950. Strasbourg: Éditions des musées de Strasbourg, 2011.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Laíza de Oliveira Rodrigues