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Modernidades dissonantes: a presença de afrotropos no projeto estético de Heitor Villa-Lobos
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Palavras-chave

Historiografia da arte brasileira
Modernismos
Arte afro-brasileira
Afrotropos
Síncopa

Como Citar

ALENCAR, Ana Caroline Matias. Modernidades dissonantes: a presença de afrotropos no projeto estético de Heitor Villa-Lobos . Revista de História da Arte e da Cultura, Campinas, SP, v. 5, n. 1, p. 28–46, 2024. DOI: 10.20396/rhac.v5i1.18726. Disponível em: https://econtents.sbu.unicamp.br/inpec/index.php/rhac/article/view/18726. Acesso em: 14 out. 2025.

Resumo

O presente artigo pretende recompor o quadro multifacetado das modernidades artísticas emergidas nas primeiras décadas do século XX, no cenário cultural brasileiro, tomando, para tanto, como linha diretiva o exame de alguns aspectos do projeto estético-musical delineado por Heitor Villa-Lobos (1887-1959). Nesse sentido, os “afrotropos” – conceito formulado por Huey Copeland –, ficcionalizados pelo compositor, e por ele convertidos em signos de uma suposta “brasilidade musical”, serão contrastados com o contexto de consolidação da “Pequena África” carioca, convertida naqueles anos em epicentro de modernidades alternativas potencialmente capazes de expandir, para além das fronteiras do modernismo paulista, a reflexão acerca dos modernismos artísticos atuantes no país. 

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